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Meu universo é uma eterna reticências...

sexta-feira, 21 de julho de 2017

Tudo bem?

Acontece que "tudo bem?",
"como vai você?",
viraram cumprimentos,
retórica,
perguntas vazias de intenção.

Não,
ninguém quer saber realmente se você está bem,
ouvir suas histórias, seus porquês.

Só estão tentando iniciar uma conversa.

E isso é realmente muito chato
(e muito incômodo)
para quem não curte isso de fingir.

Eu não quero responder falsamente a uma pergunta
só pra ser educada.

Eu quero realmente estar bem
e poder responder isso com toda autenticidade possível,
sendo verdadeira.

Não quero falar dos meus problemas
das minhas bagunças internas
não quero abrir o quão fodida sou
para todos que me perguntarem.

Não quero ouvir conselhos previsíveis
frases prontas e todo aquele gesso de ter paz,
de ser grata pelo que tem,
de como seu universo convergirá com seu positivismo,
de ser autossuficiente e
de tantas outras coisas, tão clichês,
tão bonitas,
mas tão utópicas.
Fáceis de falar,
fodas pra caralho de seguir.

De pegar todo emaranhado de
sentimentos,
lembranças,
pensamentos ruins,
e fazer as pazes com tudo isso
e superar
e conseguir ser uma pessoa melhor.

Não.
Não é tão simples,
nem tão bonito.

Menos falso moralismo
Menos motivacionalidade barata
E mais cuidado ao querer saber das entranhas de alguém.

É perceber que alguém não está bem
e respeitar.
Não insistir ficar falando sobre
se a pessoa não está interessada nos seus conselhos.
Ela não pediu por eles!

Por melhor que sejam suas intenções,
não invada o espaço de alguém assim
sem ser convidado.